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Grupo L’Oréal no Brasil anuncia vencedoras do Para Mulheres na Ciência 2023

Sete pesquisadoras brasileiras receberão bolsa de 50 mil reais para colocarem em prática seus projetos inovadores

O programa Para Mulheres na Ciência, iniciativa do Grupo L’Oréal no Brasil em parceria com a Academia Brasileira de Ciências e a UNESCO no Brasil, anunciou as vencedoras da sua 18ª edição que incentiva a igualdade de gênero na ciência premiando projetos inovadores realizados por mulheres.

Sete pesquisadoras brasileiras foram premiadas e irão receber uma bolsa de 50 mil reais para colocarem em prática, em 12 meses, seus projetos nas diferentes áreas da ciência: Ciências da Vida, Física, Matemática e Química.

“O Grupo L'Oréal tem o compromisso de empoderar meninas e mulheres ao redor mundo. Hoje, mais do que nunca, é fundamental garantir ferramentas necessárias e ambientes seguros para todas as mulheres cientistas, além de engajar jovens a enxergarem um futuro possível na ciência. Cada vez mais, sabemos que a ciência tem um papel-chave na solução dos grandes desafios do mundo. Por isso, há 18 edições, reforçamos a nossa crença de que o mundo precisa de ciência, e a ciência precisa de mulheres. Nesses anos em que tenho acompanhado de perto o Prêmio, sendo parte do júri, e as suas laureadas, tenho visto o quanto a visibilidade que ele dá a essas cientistas pode dar um impulso em suas carreiras cientificas."

diz Cristina Garcia, Diretora de Pesquisa Avançada e Comunicação Cientifica da L’Oréal Pesquisa e Inovação América Latina.

Nessa edição do programa, as pesquisas abordaram alguns temas, como:

  • Efeitos da alimentação rica em gorduras e açúcares na infância que ocasionam doenças como ansiedade e depressão;
  • Os impactos da poluição do plástico no ambiente aquático;
  • O corredor de transmissão de vírus entre países como Brasil e Angola.

Na categoria "Ciências da Vida", as premiadas foram Flávia Figueira Aburjaile, Jade de Oliveira, Jaqueline Góes de Jesus e Raquel de Almeida Ferrando Neves; "Ciências Químicas", a vencedora foi Tayana Tsubone; em "Ciências Físicas", Verônica Texeira foi reconhecida; e, em "Ciências Matemáticas", ganhou Carla Lintzmayer.

Ciências da Vida

Flávia Figueira Aburjaile

A pesquisadora e professora Flávia da Universidade Federal de Minas Gerais foi vencedora da categoria com o projeto que tem como objetivo investigar a presença de bactérias com crescente resistência a antibióticos em diferentes regiões do Brasil, não apenas entre humanos, mas também em animais de produção e no meio ambiente.

Jade de Oliveira

Outra ganhadora desta categoria foi a professora da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), Jade. Em sua pesquisa, apresentou como uma alimentação rica em gorduras e açúcares na infância tem implicações muito além do ganho de peso, visto que dietas pouco balanceadas podem afetar o cérebro a ponto de levar à depressão.

Além disso, para entender como a dieta no início da vida pode influenciar em muitos aspectos biocomportamentais, a professora universitária quer estudar as relações entre a alimentação, a microbiota intestinal (ou seja, a população de bactérias que vive em nosso intestino) e o cérebro.

Jaqueline Góes de Jesus

Jaqueline, professora da Universidade de São Paulo, também foi reconhecida com um tema que ficou ainda mais popular durante a pandemia de COVID-19: a possibilidade de patógenos (microrganismos que causam doenças) serem transportados de um país para outro, por exemplo, em aviões, por pacientes que ainda não sabem que estão infectados.

A pesquisadora irá estudar especificamente a rota entre Angola e Brasil. A ideia é abrir a discussão sobre essas transmissões que ocorrem em decorrência da globalização.

Raquel de Almeida Ferrando Neves

Já a pesquisadora na Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UFRJ), Raquel, foi premiada com seu projeto sobre o impacto da poluição por plásticos em organismos de ambientes aquáticos, como mexilhões, ouriços e peixes.

O objetivo principal é avaliar como a poluição afeta os serviços ambientais fornecidos pelos sistemas aquáticos e, em consequência, impactam negativamente a população humana.

Ciências Físicas

Verônica de Carvalho Teixeira

A cientista do Centro Nacional de Pesquisa em Energia e Materiais (CNPEM), Verônica, foi vencedora com o projeto que ajuda a “enxergar” a radiação.  Por meio do aperfeiçoamento da qualidade de cintiladores – materiais que convertem os raios X em luz visível de forma que possamos enxergá-los com diferentes câmeras e transformar esses sinais em imagens - será possível avançar no desenvolvimento de novos protocolos terapêuticos.

Seu objetivo principal é combinar esses cintiladores a fármacos e avançar no desenvolvimento de novos protocolos terapêuticos que envolvem luz e o tratamento localizado de doenças como o câncer, através, por exemplo, de terapia fotodinâmica ativada por raios X.

Ciências Químicas

Tayana Mazin Tsubone

A professora da Universidade Federal de Uberlândia (UFU), Tayana, foi contemplada com o seu projeto que tem como objetivo o desenvolvimento de novos remédios para terapias fotodinâmicas, buscando alternativas para o uso de antibióticos no tratamento de infecções bacterianas.

O propósito é desenvolver compostos que possibilitem melhor resultado terapêutico, de modo a evitar efeitos colaterais e proporcionar maior qualidade de vida para os pacientes, já que o uso indevido de antibióticos tem contribuído para o surgimento de bactérias multirresistentes que já não respondem aos medicamentos tradicionais.

Ciências Matemáticas

Carla Negri Lintzmayer

Carla, professora da Universidade Federal do ABC (UFABC - SP), conquistou o prêmio com seu projeto sobre Otimização Combinatória. A pesquisa ajuda a entender quais são os limites do poder computacional e a desenvolver técnicas para lidar com problemas intratáveis em aplicações práticas, onde alcançar algoritmos eficientes que encontrem uma ótima solução para uma questão específica.

Os resultados estão mais perto do que se pode imaginar: a combinatória pode ajudar a empacotar itens em caminhões respeitando algumas restrições de entrega e minimizando o número de veículos necessários; cortar unidades maiores de um material (vidro, papel, tecido) em unidades menores minimizando o desperdício; escolher um conjunto de ações nas quais o investimento trará o maior lucro possível etc.

As ganhadoras do Para Mulheres na Ciência 2023 irão receber o prêmio em cerimônia fechada que será realizada no Centro de Pesquisa e Inovação do Grupo L'Oréal no Brasil, no Rio de Janeiro, no dia 4 de dezembro.